Ser mãe é, talvez, a experiência mais transformadora da vida de uma mulher. Não há manual, roteiro ou ensaio. Há apenas a entrega inteira, profunda, incondicional.
Hoje, as mulheres exercem múltiplos papéis. Somos profissionais, líderes, empreendedoras, companheiras, amigas. E, entre tantas versões de nós mesmas, há uma que pulsa mais forte: a de mãe. Uma missão silenciosa, mas que ecoa por gerações. Um chamado diário para sermos espelhos. Sim, porque nossos filhos observam mais do que ouvimos, sentem mais do que conseguimos expressar. E é por meio dos nossos passos que eles aprendem a caminhar com segurança rumo ao mundo.
Falo isso também como mãe do Pedro Henrique. Meu filho, minha virada de chave. Ele chegou transformando tudo. Reorganizou minhas prioridades, desafiou minhas certezas, tocou lugares que nem eu sabia que existiam dentro de mim. Desde o primeiro choro, percebi que ali começava não só a vida dele, mas uma nova versão da minha. Uma mulher mais inteira, mais intuitiva, mais conectada com o que realmente importa.
Com Pedro, aprendi a desacelerar. A enxergar beleza no simples. A entender que estar presente não é sobre quantidade de tempo, mas sobre qualidade de atenção. Ele me ensina todos os dias sobre leveza, sobre alegria espontânea, sobre generosidade sem esforço. E me ensina, acima de tudo, que o amor que entregamos é sempre o amor que permanece.
A maternidade me ensinou que não se trata apenas de educar. Trata-se de inspirar. De ser abrigo e, ao mesmo tempo, impulso. De ser colo e também asas. Porque queremos que nossos filhos voem, sim mas que voem com o coração tranquilo, com autoestima sólida, com respeito à vida e amor ao próximo. E tudo isso começa em casa, no silêncio das rotinas, no afeto dos pequenos gestos.
Ao olhar o Pedro crescendo, sinto a responsabilidade de ser referência. Somos espelho nos nossos erros e acertos, na nossa maneira de reagir ao mundo, de amar, de cuidar, de falar, de viver. Por isso, busco ser verdadeira, imperfeita, mas coerente. Quero que ele entenda que ser forte também é saber pedir ajuda. Que ser bom não é ser perfeito. Que ser humano é ser inteiro.
Ser mãe me curou de dores antigas. Me conectou com a mulher que eu era antes de me exigir tanto. Me lembrou da leveza, da importância de rir alto, de parar para ver o pôr do sol. Me fez mais humana. Mais inteira. Mais eu.
Neste mês das mães, desejo que todas nós possamos reconhecer a potência que existe em amar de forma tão profunda. Que possamos nos permitir ser espelhos que brilham, mesmo com imperfeições, mas com verdade. Porque, no fim, nossos filhos não precisam de mães perfeitas. Precisam de mães reais, presentes, amorosas, que os inspirem a ser tudo o que nasceram para ser.
Que sejamos farol, guia e ninho. Que possamos formar filhos que amem o mundo a partir do amor que encontraram em casa. Porque ser mãe não é só criar um filho. É ajudar a moldar um ser humano inteiro.
“Ser mãe é permitir que o amor tenha um nome, um rosto e um motivo para sermos melhores a cada dia.”
Simone Luz
ADM de Empresas, Psicóloga e Escritora